Umas palavras de apresentação

Em tempos que já lá vão os livros eram escritos por escritores. Escritores, já viram o peso que a palavra tem?

Vieram depois aqueles a quem a veia poética ou literária lhes deu para publicar livros. Muitos foram edição de autor, pagos dos seus próprios bolsos, outros editados por editoras e livrarias. E não houve em Portugal quem não arriscasse a escrever o seu livrinho. Actores, modelos, apresentadores de televisão, jornalistas, pés-rapados da escrita que não escaparam à onda devastadora de verem em letra de forma os seus contos e poesias, desabafos, críticas e até biografias.

Por fim chegou a enorme blogosfera, onde o imenso espaço albergou todos aqueles que já mencionei e também os despojados de talento e os escritores e jornalistas falhados que desataram a fazer blogues atrás de blogues.

Eu fui um destes últimos. Também tive a ousadia de entrar nesta onda e quis mostrar que, apesar de já ter idade para ter juízo, também tinha vontade de dizer coisas. E já lá vão uns anos. Aliás o “Por Linhas Tortas” inicia hoje o 5º. ano.

Mas necessitava de um outro espaço. De mais um blogue em que pudesse recordar pedaços da história da minha vida. Não que ela mereça uma verdadeira história, longe disso. A minha vida não teve nem tem o interesse que justifique o seu relato.

Por isso pensei criar um sítio em que pudesse dar cor a lembranças que foram formando a minha sensibilidade e cultura. Sobretudo as que tivessem a ver com a arte, nas suas diferentes formas.

E para dar mais consistência a estas recordações, propus-me privilegiar as imagens em detrimento das palavras. Imagens que irei descobrir ao YouTube, essa magnífica invenção depois da roda e da máquina de lavar roupa.

Irei trazer aqui momentos que me foram acompanhando ao longo da vida. Espero que para muitos “rapazes e raparigas do meu tempo” esses momentos possam constituir também umas boas recordações.

Por isso, e sem seguir qualquer cronologia ou estratégia, vou saltitar entre estilos e épocas e tentarei mostrar-vos imagens que alguns já não se lembrarão, outros gostarão de recordar e outros – os mais novos – poderão descobrir.

Vão aparecendo, vou gostar da vossa companhia.